quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Silêncio

Walter Hupsel escreveu pedindo um estado ateu.

O motivo é simples: a ICAR ou membros eclesiásticos não podem cobrar nada dos governantes.

Pergunto se a estes membros é vetada pela constituição a cobrança aos representantes democraticamente eleitos.

Pergunto também se a constituição veta que instituições religiosas cobrem algo do governo.

(Pior do que isso, e me corrijam se eu estiver errado: qualquer instituição poderia cobrar do governo, numa entrevista para um jornal, regalias de interesse para a própria instituição, e isso é garantido pela liberdade de expressão [uma loucura livre para ser exercida]. Simultaneamente, a constituição nega favorecimentos a qualquer instituição religiosa)

O que foi publicado é uma entrevista.

Não obstante, ele tenta fundamentar a patacoada.

Vejamos a justificativa dele: “Entretanto, em se tratando de autoridades eclesiásticas, suas opiniões devem ser vistas como da instituição Igreja Católica, e não do fulano A ou B”

Até onde sei (e Walter faz questão de esquecer ou desprezar para elaborar seu texto), opiniões oficiais da instituição ICAR são emitidas após congressos ou reuniões, com documentos escritos, timbrados e assinados. Em nível mundial o Vaticano e nacional a CNBB.

Mas vale dizer, antes de tudo, que é totalmente discutível o termo “opiniões oficiais”, o certo seria “posição”.

Isso simplesmente porque opiniões de membros da ICAR tivemos aos montes durante as eleições e, adivinhe Sr. Walter, contraditórias entre si!! Se uns pediam para votar na Dilma por motivos A B e C, outros pediam para votar na oposição por motivos X Y e Z.

E pergunto: qual foi a posição oficial da ICAR? Qual foi a “opinião oficial”?? A do bispo X ou bispo Y??

Como esse divino articulista (Walter) resolve esse abacaxi?

Não resolve!

Ou melhor: a suprema autoridade eclesiástica no Brasil, Walter Hupsel, decidiu por uma “opinião oficial” da ICAR.

Afinal, o importante é que haja um pretexto para escrever um "artigo".

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ps: pelo menos Walter teve a decência de pedir um estado ateu e não um estado laico, coisa que muito besta confunde.

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